“As Três irmãs”, primeira obra de Tita Maravilha em nome individual, chega ao Teatro Viriato, esta sexta-feira (26 de maio), às 21h00, com o objetivo de abordar temas como identidade de género e interseccionalidade.
Na obra, a artista recria a obra clássica de Anton Tchekhov, sobrepondo a trama original a temáticas que gritam por atenção e que pouco têm sido discutidas com sabedoria e lugar de fala. Esta é uma obra que instiga a reflexão sobre como o sistema político na Rússia (onde a peça acontece) lida com pessoas LGBTQIA+.
“Neste momento tenho um interesse radical em interagir nas artes performativas a partir da minha formação enquanto criadora, em repensar e alterar o fluxo da história cruzando pensamento crítico e humor. Arte e interseccionalidade. Uma criação que combina a estrutura literária de um clássico da literatura com as ideias de vanguarda da contemporaneidade sobre um tema necessário, proporcionado pelo debate político de corpos trans inseridos e tomando novas rotas da literatura expandida”, explica Tita Maravilha.
A artista, que em fevereiro se apresentou no Teatro Viriato com o projeto musical “Trypas Corassão”, é atriz, cantora, performer. Licendiada pela Universidade de Brasília e residente em Portugal desde 2018, integra nos seus processos artísticos, através da ideia de corpo político, as dores e as delícias de ser um corpo dissidente
“As Três Irmãs” é o projeto vencedor da 5ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, uma iniciativa promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), A Oficina/Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) e o Teatro Viriato (Viseu).