Os trabalhos de pesquisa arqueológica e histórica realizados na Igreja Velha de Canas de Santa Maria, no concelho de Tondela, e no espaço envolvente permitiram, segundo a Câmara Municipal, descobrir vários muros primitivos, do antigo templo religioso, que se supõem ser do século XII, e vários locais de enterramento.
As conclusões da investigação desenvolvida por Gabriel Pereira, Nuno Barraca e Jorge Arrais foram apresentadas no sábado (dia 21 de setembro) nas comemorações das Jornadas Europeias do Património no concelho, que decorreram na Igreja Velha de Canas de Santa Maria. “A pesquisa histórica revelou que as primeiras referências documentais do espaço religioso datam do século X, associando a localidade ao Mosteiro de Lorvão, tratando-se do testamento de Inderquina, cognominada Pala”, refere a autarquia.
Os investigadores encontraram também referências à igreja na relação das igrejas, capelas e mosteiros existentes no bispado e diocese de Viseu em 1675, como nas informações paroquiais coligidas pelo Abade Manoel de Pinho Rebello e Seixas quase um século depois (1758) e mais recentemente, em finais de 1933, quando a Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais solicitou ao diretor dos Monumentos Nacionais do Norte, que fosse elaborado um orçamento para as obras de conservação na antiga Igreja Matriz de Canas de Sabugosa, que cinco anos mais tarde, durante o inverno, viria a sofrer derrocada na torre sineira.
As obras de reabilitação acabaram por iniciar-se apenas no verão de 1968 pelas mãos da Comissão Fabriqueira de Canas de Sabugosa, que apoiava financeiramente e com materiais, acompanhada pela Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.
O templo religioso voltou a ser intervencionado em 2019 por intermédio da Câmara Municipal de Tondela, numa empreitada orçada em 198 mil euros.
A fachada da Igreja Velha de Canas de Santa Maria é Monumento Nacional desde 1926.