O Congresso do Chega arranca esta sexta-feira (26 de novembro) em Viseu, com André Ventura a anunciar que irá propor alterações na organização e nos órgãos do partido, apesar de pretender que a reunião magna seja de “união” e de “mobilização”.
Em declarações à Lusa, o líder do Chega antecipou o Congresso do partido, que se reúne entre sexta-feira e domingo em Viseu, afirmando esperar que seja uma reunião “pacificadora”, capaz de “mobilizar e unir o partido para as legislativas”.
“Nessa perspetiva, espero que seja o Congresso de maior união de todos os que já tivemos – este já vai ser o quarto congresso do partido – e espero que seja a mobilização de forças definitiva para as legislativas, deixando um pouco de lado as dinâmicas e as tensões internas que o partido tem, naturalmente, e que seja capaz de, neste momento, focar-se no essencial, que são as eleições de dia 30 de janeiro”, frisou.
Convocado depois de o Tribunal Constitucional ter considerado que as alterações estatutárias introduzidas no Congresso de Évora, em setembro de 2020, foram ilegais, a reunião magna deste fim de semana irá ratificar as alterações em questão, mas também introduzir novas mudanças “relativas aos órgãos, à organização do partido e a algumas questões de natureza mais técnica”.
“Mas não se prevê nenhuma alteração de fundo da orgânica do partido, pelo menos nas propostas na Direção, não sei se nas propostas dos congressistas vamos ter alguma alteração”, frisou André Ventura, afirmando esperar que “seja um congresso com o mínimo de alterações possíveis”.
O líder do Chega salientou ainda que irá apresentar listas próprias para a Direção, Jurisdição e Mesa do partido, apesar de serem "pontuais", mostrando-se também confiante de que a mudança de nomes não irá criar tensões internas no partido.
“Estou a procurar nomes agregadores e de pessoas que possam, dentro do possível, integrar, compreender e aceitar as várias tendências do partido, (…) nomes que não criem mais fratura, que não aprofundem divisões, mas que promovam consensos”, frisou, informando ainda que a Direção Nacional vai ser “maioritariamente de continuidade”.
Além das propostas de André Ventura, deram também entrada, até ao momento, duas moções de alterações estatutárias, segundo consta no site do partido.
Uma proposta visa que a duração dos mandatos das estruturas locais, regionais e distritais do partido sejam de dois anos, contrariamente aos quatro anos atuais, e a outra que os conselhos de jurisdição distrital passem também a ter “competências para a instauração, instrução, elaboração e análise dos processos disciplinares que se insiram na sua área de jurisdição”.
O Congresso arranca na sexta-feira às 20h00 na Expocenter de Viseu, com o encerramento dos trabalhos previsto para domingo às 17h00.