A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ) de Tondela teve em mãos, o ano passado, 60 processos, mais cinco do que em 2021.
Dos 60 casos acompanhados no último ano, 38 foram novas sinalizações, enquanto que os restantes 22 transitaram no ano anterior ou dizem respeito a processos que foram, entretanto, reabertos. Para este ano de 2023 transitaram 25 processos.
“Em 2022 houve um grande aumento face a 2021, ano em que possivelmente a pandemia pode ter inibido a sinalização de muitas situações dramáticas”, explica Márcio Santos, presidente da CPCJ de Tondela.
A tipologia das situações acompanhas varia em função das idades das crianças e jovens acompanhados. Entre os mais novos, nomeadamente nos escalões dos 0 aos 08 anos, destacam-se as sinalizações por violência doméstica. Para além desta problemática, na faixa dos 09 aos10 anos começam também a surgir os casos de comportamentos antissociais. A partir dos 11 anos
evidencia-se a problemática do absentismo escolar, que está muitas vezes associado ao consumo de álcool ou outras dependências.
“O trabalho da CPCJ, embora procure ser discreto, tem sido essencial para auxiliar tantas crianças e jovens do nosso concelho face a situações de perigo iminente. Desse ponto de vista é um balanço positivo”, refere Márcio Santos, salientando que “há sempre muito trabalho a fazer, em especial no que toca à sensibilização da população”.
“Só descansaremos quando deixarmos de ter crianças e jovens vítimas de uma sociedade tantas vezes injusta para com elas. No passado tivemos uma campanha que tinha por mote `Há segredos que precisam de ser partilhados´, hoje mais do que nunca esta mensagem mantém-se atual e precisa de ser partilhada”, acrescenta.
No próximo dia 10 de março, a comissão vai realizar uma ação para as escolas em colaboração com as associações de pais do concelho. A 17 de março decorre uma sessão junto da comunidade médica num dos Centros de Saúde do concelho.