Esta quinta e sext-feira (07 e 08 de dezembro), às 21h45, o Novo Ciclo ACERT, em Tondela, vai ser palco estreia da mais recente produção do Trigo Limpo. Segundo a coletividade, a peça pretende estimular o pensamento crítico e a criatividade, celebrando a criança como esperança para um mundo melhor.
“Museu do Esquecimento ou Vamos Mudar o Mundo” é o título do espetáculo, inspirado na obra de Afonso Cruz para a juventude.
A dramaturgia, a cargo de Pompeu José e Catarina Requeijo, foi desenvolvida em conjunto, mas à distância, ao longo de cerca de um mês e meio.“ Foi um trabalho muito partilhado. (...) Decidimos tentar encontrar um caminho que fizesse sentido para colar as histórias que mais no marcaram”, começa por dizer Catarina Requeijo. “Decidimos escolher uma série de livros para a infância e juventude do Afonso Cruz, cerca de uma dúzia. Lemos, sublinhámos o que achávamos importante e, ao fim de um mês a mês e meio, vimos tudo em conjunto e percebemos que havia muita coisa em comum”, conta Pompeu José. “Aquilo que eu tinha escolhido, ela tinha escolhido. Essas obras serviram de base e depois começámos a criar uma nova história. Foi um processo de criação muito gratificante, habitualmente faço-o sozinho, mas desta vez deu muito prazer fazê-lo com outra pessoa que não conhecia”, acrescenta.
Com um elenco de cinco atores e um músico, o espetáculo mergulha no universo literário de Afonso Cruz, desdobrando-se em três atos entrelaçados. “A história central era a do ‘Vamos Comprar um Poeta’, mas tivemos de dar ali uma volta. (...) Aquilo que começámos a mexer ficou ainda mais espartilhado”, diz Pompeu José. O centro do espetáculo anda em volta do texto “Vamos Comprar um Poeta”, que é acerca de uma família. “A filha decide comprar um poeta e, com isso, reorganiza o ambiente da família. E, depois, tem um prólogo e um epílogo que, no fundo, são uma arrumação ou desarrumação de um universo maior do que a família. Como se fosse uma sociedade”, esclarece a dramaturga.
Paralelamente ao processo de criação, houve um grupo de “espetadores atentos”. “Tivemos uma turma do 3º ano do ensino básico que foi muito atenta. Fomos à turma ler a história no início do processo. Eles assistiram a um ensaio quando ainda estávamos a ajustar tudo, depois a outro ensaio, assistiram à antestreia no dia 06 de dezembro com os familiares”, justifica o também ator.